top of page

Dicas para uma amamentação saudável                              e prazerosa

   * Ana Luz Francés

 

 

 

 A amamentação de bebês, determinada biologicamente e influenciada pela cultura, sofreu mudanças significativas ao longo das últimas décadas, e a sociedade finalmente parece estar valorizando-a e apreciando seus benefícios. Hoje, 'recomendam amamentação exclusiva no peito até os 6 meses, e o desmame como um processo que deve iniciar-se a partir dos 2 anos de idade ou mais.

    Amamentar não é somente alimentar o corpo; é, também, alimentar a mente e a alma. Não se trata apenas de prover elementos indispensáveis ao crescimento físico do bebê, mas de criar condições para que a criança desenvolva sua própria capacidade de dar e receber amor. A amamentação, quando desempenhada com prazer genuíno do corpo e da mente, é mais do que importante; é essencial para a saúde do bebê e para o bem-estar de toda a família.

    1• Interaja com seu bebê desde cedo. Os recém-nascidos são seres com capacidades extraordinárias, que, ao contrário do que muitos pensam, conseguem enxergar, reconhecer vozes, imitar expressões e interagir com os adultos logo que chegam ao mundo!

    2• Valorize o primeiro encontro com o bebê. Na primeira hora após o nascimento, devido aos hormônios do parto, o bebê encontra-se num estado especial de alerta. Também a mãe, neste momento, está num estado diferenciado, que propicia uma fantástica comunicação com o recém-nascido. Nestas horas iniciais de interação são criados laços duradouros e fundamentais entre o bebê e seus pais, que são muito importantes para a construção das bases do desenvolvimento posterior da criança.

    3• Fique perto de seu bebê. Não é aconselhável que o bebê seja separado dos pais em suas primeiras horas de vida e cuidado por outros, ou isolado numa incubadora. Se a separação entre mãe e bebê for inevitável, então que seja acompanhada de explícitas manifestações de proteção e afeto.

    4• Comunique-se visualmente com seu bebê. O encontro de olhares entre a mãe e o bebê em todos os momentos, especialmente durante a amamentação, aciona dispositivos no cérebro da mulher que favorecem sua produção de leite, além de trazer inúmeros outros benefícios.

    5• Lembre-se de que amamentar não é apenas alimentar. O bebê, quando mama, não digere apenas o leite; digere também, através de importantes mecanismos de auto-regulação, emoções e sensações presentes no ambiente e no organismo da mãe, desde experiências de prazer até o estresse diário. Tanto no peito como na mamadeira, é necessário que o processo seja lento e pausado. Mesmo após saciada a fome, as sugadas leves do bebê cumprem uma importante função para seu relaxamento. Uma mamada tranquila e completa traz boa digestão e evita cólicas abdominais.

    6• Pai, participe! A presença paterna é fundamental. A participação do pai desde o início e seu apoio ao aleitamento materno, através da sua presença, carinho e cuidados, favorecem a formação de vínculos fortes entre pai, mãe e bebê, facilitando o sucesso da amamentação e propiciando um ambiente favorável ao processo de organização familiar.

    7• Aceite as sensações de prazer. É normal e saudável que a mãe tenha sensações de prazer corporal ao amamentar. É muito importante que ela as aceite e permita-se sentir, pois as sensações de satisfação e prazer provenientes do organismo materno fazem parte da amamentação e são fundamentais para a satisfação oral e saciedade do próprio bebê, não só do ponto de vista da alimentação em si, como no que diz respeito ao seu desenvolvimento cognitivo e emocional.

    8• Respeite o sono de seu bebê. Durante o processo da mamada, o bebê, além de se alimentar, passa também por diferentes estados de consciência que são tão importantes para seu desenvolvimento neurofisiológico quanto o alimento em si. Quando possível, coloque seu bebê no berço somente quando tenha largado o peito e esteja em sono profundo. O bebê dormirá melhor e você terá algumas horas de repouso.

    9• Aproveite os benefícios de amamentar; é curativo para a mãe e o bebê. A amamentação desempenha um papel muito importante na recuperação de eventuais vivências traumáticas ocorridas no parto ou no pós-parto. Os hormônios produzidos pela mulher ao amamentar, assim como ao entrar em contato profundo com seu bebê (por meio de troca de olhares, cheiros e sons), são altamente curativos, aliviando o corpo de dores ou traumas, e tornando mais rápida a recuperação de possíveis estresses do parto.

    10• Procure adaptar-se ao ritmo natural do bebê. Principalmente durante os três primeiros meses de vida, são criadas importantes matrizes de organização no bebê, tanto em termos fisiológicos como emocionais, que são os alicerces da saúde do futuro adulto. Os mecanismos naturais de auto-regulação do recém-nascido, associados principalmente à mamada e ao sono, devem ser preservados para seu bem-estar físico e emocional e para o bom desenvolvimento de sua capacidade de amar.

    Ana Luz Francés, Psicóloga e orgonoterapeuta é também terapeuta de bebês. Apaixonada estudiosa e pesquisadora dos processos da amamentação há mais de 30 anos, coordena grupos de preparação de gestantes para o parto e grupos de orientação de pais, buscando a promoção de saúde integral desde a gestação. Fundadora da ONG Vida ViVa – Orgonomia em Movimento e da Rede Reich Orgonomia , é também membro efetivo da ReHuNa (Rede de Humanização do Parto e do Nascimento), além supervisionar a equipe Baby Reich , formada por estudantes universitárias e profissionais das áreas de saúde e educação, que realiza trabalho de baby-sitting especializado.

 

 

bottom of page